Existem já mais de 40 espécies de golfinhos registadas, pertencentes a vários tipos de ecossistemas/habitats, como estuários, rios, águas costeiras e até em alto mar, o que por si só influencia a dieta destes seres.
Para além disso, sabe-se também que a forma como caçam é influenciada pelo tipo de alimentos que têm à sua disposição.
Neste artigo, vamos explicar-lhe os vários tipos de alimentos que algumas espécies de golfinhos consomem e as várias metodologias de caça que estes animais podem efetuar.
O que é que os golfinhos comem?
Estes mamíferos, predadores activos por natureza, têm normalmente uma alimentação muito variada, consumindo peixes, lulas e crustáceos.
Existem 28 espécies de cetáceos presentes na região dos Açores. Destas, 11 são golfinhos, o que por si só potencia uma dieta muito semelhante entre elas.
Com uma ampla distribuição, o golfinho comum é uma espécie que se baseia numa dieta rica em pequenos cardumes de sardinhas e cavalas, mas pode também alimentar-se de lulas e crustáceos.
Comparativamente, os golfinhos roazes podem alimentar-se de uma maior variedade de peixes, como a corvina, a cavala e a tainha, e também de cefalópodes e crustáceos.
Os golfinhos de Risso alimentam-se de animais de profundidade, como lulas, polvos e chocos.
Relativamente à dieta das falsas orcas, sabe-se que se baseia em peixes de grande porte como o salmão, o atum e a albacora. Para além disso, a sua dieta passa também pelo consumo de lulas e podem ainda atacar e comer outros cetáceos.
Por último, mas não menos importante, temos as orcas! Conhecidas como predadores formidáveis, esta espécie de golfinho tem uma dieta muito diversificada, alimentando-se de até 150 espécies, incluindo cetáceos, peixes ósseos, tubarões e raias, aves marinhas e tartarugas.
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Métodos de caça aos golfinhos
Os golfinhos podem ter uma grande variedade de técnicas de caça, que dependem da tipologia da presa que estão a ver e da sua localização.
Remoção de peixes
Uma das técnicas que os golfinhos utilizam é o "Fish Whacking", que consiste em atordoar o peixe através de um golpe com a cauda, para poder, por vezes, atirar o peixe e apanhá-lo fora de água.
Alimentação em cadeia
Também temos a alimentação em cardume, quando os golfinhos criam ondas para empurrar os peixes para a borda da lama. Quando ficam presos, os golfinhos deslocam-se temporariamente para essa margem para apanhar o peixe. Esta técnica ocorre principalmente em rios e estuários.
Toque de lama
Por fim, temos o "Mud Ringing", onde um golfinho cria uma pluma de lama em forma de anel, criando uma barreira de turbidez à volta dos peixes. Estes, ao tentarem escapar pela superfície da água, são apanhados no ar pelos restantes golfinhos do grupo.
Praia
As orcas também optam por uma grande diversidade de estratégias para se alimentarem. Uma dessas estratégias é o método do varadouro, que consiste em emboscar as presas (na sua maioria focas), levá-las para terra e depois capturá-las.
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Lavagem de ondas
Para além da estratégia descrita acima, as orcas também utilizam a técnica de "lavagem de ondas" para desalojar as focas dos blocos de gelo onde repousam. Para terem sucesso, têm de trabalhar em equipa, criando ondas com os seus corpos para mover o bloco de gelo, fazendo com que a foca acabe por cair na água.
Alimentação em carrossel
A técnica de alimentação em carrossel consiste em formar uma bola de grupo e depois capturar os arenques do cardume.
Como é que os golfinhos encontram as suas presas
Os golfinhos e outras espécies utilizam muito a ecolocalização para encontrar as suas presas.
Esta adaptação evolutiva dá aos golfinhos a oportunidade de diferenciar o tamanho e o tipo de peixe.
A ecolocalização é um processo biológico que envolve a produção de sons por biosonares, localizados nas passagens nasais, que são posteriormente emitidos através do melão (uma estrutura que se encontra na parte da frente da cabeça, representada a amarelo na ilustração). Estas ondas sonoras fazem ricochete em alvos e são reflectidas de volta para o golfinho emissor. Os ecos de retorno são recebidos na mandíbula inferior (esfera laranja) e transmitidos ao ouvido.
Conclusão
Como já foi referido, os Açores albergam uma grande diversidade de espécies de cetáceos. A presença de um tão grande número de espécies nesta região leva à formação de vários nichos alimentares e, consequentemente, a uma grande diversidade de técnicas de alimentação.
Considerando que diferentes cótipos da mesma espécie podem apresentar diferentes técnicas de alimentação, dependendo do habitat onde se encontram, visitar os Açores pode representar uma oportunidade única para observar técnicas de alimentação únicas de certas espécies. Venha com a Futurismo explorar a possibilidade de testemunhar comportamentos especiais e incríveis!
Referências
Berta, A. (Ed.). (2015). Baleias, golfinhos e botos: Um guia de história natural e de espécies. University of Chicago Press.
Carwardine, M. (2019). Handbook of whales, dolphins and porpoises (Manual de baleias, golfinhos e botos). Bloomsbury Publishing.